Trabalho x Tecnologia – Hojemais de Araçatuba SP – Hojemais
Por que as pessoas têm medo de perder o trabalho para as tecnologias?
É muito comum a presença desse sentimento em meio aos agentes e atores do mercado de trabalho, seja nos setores industriais, onde a robotização vem avançando substancialmente, no setor comercial que engloba todo varejo, extremamente afetado pelo comércio eletrônico, assim como na prestação de serviços, com o advento dos bots conversacionais e outros recursos. Portanto, é fato que em todas as áreas há intervenção dessas tecnologias e sim, é uma forma de substituição das tarefas realizadas por pessoas.
Existem algumas razões pelas quais as pessoas podem ficar com medo de perder seus empregos para a tecnologia. Duas delas talvez sejam as mais impactantes. A substituição de tarefas talvez seja a maior delas, como dito antes, pois as máquinas estão se tornando bem mais eficazes que os humanos, proporcionando um custo-benefício muito melhor. Outra, é sobre a capacidade de aprender a lidar com essas novas tecnologias e ainda competir com outros profissionais. Isso reforça o medo e a insegurança. Lembra quando os tratores começaram a ter diversos recursos tecnológicos? Muitos trabalhadores tiveram medo de não aprender a usá-los e perderam a chance de continuar trabalhando.
Os desdobramentos dessa insegurança podem afetar a vida financeira de uma pessoa, interferir no seu bem estar emocional, causando um certo sentimento de desvalorização intelectual e, consequentemente, seu afastamento do mercado de trabalho.
Quando esse fenômeno de substituição do trabalho humano pelas máquinas começou, muitos profissionais acreditaram que sua área não corria perigo, pois o ser humano seria insubstituível, etc. Mas o que vemos não é bem isso. Para se ter ideia, esse tipo de substituição está chegando a segmentos jamais imaginados, como por exemplo a cosmologia – estudo dos odores e aromas. Ramo do conhecimento humano que se ocupa da compreensão do olfato e das partículas que, dispersas no meio, são captadas através de células especializadas, interpretando-as como cheiros.
Há robôs recentemente desenvolvidos para atuar nessa área. Alguns deles – já em uso – servem para detectar câncer em células sanguíneas e outros para avaliar o nível de odor ao redor das estações de tratamento de água, com a finalidade de identificar o nível de poluição. E a capacidade de sentir e descrever odores desses robôs é absurdamente precisa e veloz. Enquanto que podem identificar em minutos cerca de 500 mil moléculas de odor, um ser humano especialista no assunto demoraria praticamente a vida toda. Quem diria que uma máquina pudesse ser melhor até mesmo nos sentidos humanos? Mas é real.
Por uma questão óbvia de sobrevivência é muito importante que as pessoas adotem posturas mais proativas em relação à invasão das tecnologias, tais como entendê-la como aliada e não competidora ou concorrente. Buscar atualização constante das habilidades, aprender coisas novas, fora do escopo confortável que atua e principalmente estar sempre atento com as novidades que surgem a todo momento.
Uma coisa é certa, a tendência não é de recuo ou regressão dessas tecnologias, pelo contrário, é de avanço quântico (literalmente). Então, melhor se precaver, não é mesmo?
*Cassio Betine é head do ecossistema regional de startups, coordenador de meetups tecnológicos regionais, coordenador e mentor de Startup Weekend e pilot do Walking Together. Cássio é autor do podcast Drops Tecnológicos
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