Criptomoedas: vale a pena investir? Saiba tudo sobre esse tipo de ativo – Empiricus
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As criptomoedas são ativos digitais que são transacionados forma descentralizada e com criptografia. Saiba melhor como funcionam as criptomoeadas.
Desde o surgimento do Bitcoin, em meados de 2009, as criptomoedas revolucionaram a maneira como pensamos em investimentos e transações financeiras. Hoje, com mais de 15 mil criptos disponibilizadas online, é possível visualizar a consolidação de um mercado cada vez mais abrangente.
Assim como se expande de forma acelerada, o sistema cripto também gera muitas dúvidas – há vantagens, mas também riscos, como qualquer outro investimento. Por isso, o primeiro passo para explorar suas inúmeras possibilidades é estudar a fundo todos os seus conceitos.
As criptomoedas são ativos que existem apenas de forma digital, o que significa que não há cédulas físicas disponíveis globalmente. Outra característica marcante dessas moedas é que elas não são regularizadas por nenhum órgão central – como governos, bancos e/ou instituições.
Ou seja, as criptos funcionam de forma descentralizada por meio de uma rede online, mas suas funcionalidades vão muito além do digital. É possível utilizar esses ativos para realizar compras e outros pagamentos físicos, desde que eles sejam aceitos em estabelecimentos – como é o caso da cripto precursora desse universo, o Bitcoin.
As criptomoedas são criadas a partir de pedaços de códigos (blocos) emitidos na rede blockchain. A partir dessa definição básica, podemos partir para o estudo de suas características principais, que as tornam tão especiais e inovadoras.
Apesar de serem ativos digitais, as criptomoedas podem ser utilizadas da mesma forma que o dinheiro físico para transações comerciais, assim como para fins de reserva de valor.
O conceito de criptomoeda surgiu há muito tempo, precisamente em 1983, quando David Chaum, cientista da computação e criptógrafo americano, criou uma moeda digital chamada ecash. Durante anos, o cientista implementou diversas moedas do mesmo modelo, em um sistema digital que garantia o anonimato ao dono do ativo.
Entretanto, foi apenas em 2008, após a crise financeira e imobiliária em Wall Street, que a ideia de uma moeda descentralizada ganhou força de vez. Instituições como o Federal Reserve e os bancos centrais passaram a ser questionados, e então surgiu a figura de Satoshi Nakamoto.
Tratamos como “figura” porque a identidade real de Satoshi é secreta, podendo ser tanto um indivíduo como um grupo de pessoas. Por meio de um artigo divulgado online, o criador do Bitcoin apresentou o conceito de blockchain – um livro contábil que funciona em uma rede de blocos interligados –, a base para a criação de milhares de outras criptos.
Hoje, há cerca de 15 mil ativos digitais existentes no mercado, e esse número pode aumentar diariamente. Cada token funciona de maneira independente, com suas próprias regras e funcionalidades.
Apesar de o Bitcoin ser a principal referência de moeda digital, é apenas “mais uma” em um universo muito abrangente. A seguir, apresentamos as principais criptomoedas do mercado e suas diferentes funcionalidades:
É difícil encontrar entusiastas do mercado financeiro que não tenham ao menos ouvido falar da precursora do universo cripto. O Bitcoin é o mais renomado token digital do mundo. A moeda digital criada por Satoshi Nakamoto supera a concorrência em quesitos como valor, número de usuários, aceitação, liquidez e segurança.
O BTC tem um valor de mercado superior à soma de todas as outras nove criptos que figuram no ranking das 10 mais valiosas. Porém, assim como outros tipos de investimentos, ele pode se tornar uma opção desfavorável para aqueles que nunca investiram, já que parece ter atingido um patamar estável de alta.
Figurando na vice-liderança do ranking das criptomoedas mais bem avaliadas do mercado, o Ethereum foi lançado em 2015 e oferece funcionalidades mais abrangentes que o Bitcoin. A começar por sua plataforma, que permite aos usuários criar aplicativos descentralizados – os chamados DeFi.
Enquanto o Bitcoin é resumido a uma moeda, o ETH vai além desse campo e oferece serviços diversos por meio da blockchain. Ou seja, é um avanço do mercado cripto que vai além dos tokens. O sistema Ethereum é complexo e abrangente, permitindo aos usuários transacionar ativos sem a ingerência de órgãos centralizados.
O Litecoin surgiu como uma das principais altcoins do universo cripto e hoje figura no top 20. Apesar da queda no ranking, ele ainda é tido como referência. Essa moeda digital foi criada como uma alternativa “light” ao Bitcoin, oferecendo transações mais rápidas e um algoritmo de mineração mais ágil.
Enquanto a maior referência de criptomoeda processa 1 bloco a cada 10 minutos, o LTC processa cada bloco em 2 minutos e meio. O alcance também é maior quando comparado ao Bitcoin: seu limite de emissões chega a 84 milhões contra 21 milhões do BTC.
O termo altcoin é utilizado para caracterizar qualquer criptomoeda diferente do Bitcoin, ou que ao menos tenha uma relevância menor no mercado. Ou seja, são tokens “alternativos” geralmente desenvolvidos para fins específicos – seja para solucionar problemas em outras redes, seja para reduzir as taxas de mineração.
Atualmente, com mais de 15 mil criptomoedas existentes, há diversas opções desconhecidas do público, muitas vezes criadas para movimentar o mercado. As famosas meme coins, como a Dogecoin e a Shiba INU, são utilizadas satiricamente.
Já as stablecoins definem as moedas cujo valor é estável. Isso acontece por serem tokens atrelados a moedas físicas reais e com baixa volatilidade, como o dólar, o euro e o real. A Tether (USDT), chamada de “dólar digital”, é um desses exemplos. Dessa forma, seu valor é equiparado da seguinte maneira: 1 USDT vale sempre US$ 1.
Agora que você já conhece os conceitos básicos relacionados ao universo cripto, é importante se atentar às noções mais técnicas do tema. Termos como “blockchain”, “mineração” e “initial coin offering” são facilmente reconhecidos em qualquer análise sobre criptomoedas. Por isso, entendê-los é primordial. Confira:
O conceito do blockchain surgiu junto com a criação do Bitcoin, afinal um não pode existir sem o outro. Essa grande rede digital é a principal responsável por transacionar criptomoedas por meio de um sistema inovador e criptografado. Ao registrar todo o percurso escalado por uma cripto, a rede forma uma cadeia contínua de informações.
De forma resumida, é possível afirmar que essa rede forma conjuntos de informação, que por sua vez são transformados em blocos interligados – por isso o nome “blockchain”. A mineração das criptomoedas ocorre a partir dessa junção de dados.
A rede blockchain é o principal intermediário para a troca de informações e transações envolvendo tokens digitais. Sua segurança é estabelecida por meio de criptografia de ponta e dados constantemente atualizados para não deixar rastros.
Outro termo bastante conhecido é o Initial Coin Offering, ou ICO, que em português significa oferta inicial de ativos virtuais ou oferta inicial de moedas. Guardadas as devidas proporções, poderíamos dizer que é o “IPO” do mundo cripto. O objetivo dessa funcionalidade é lançar novos criptoativos com o objetivo de angariar fundos.
Nos primórdios, o lançamento de novas moedas digitais era a única função dos ICOs, mas hoje essas demandas são utilizadas para diversos fins. Desde o investimento em pesquisas até reparos na estruturação de alguma altcoin são motivos para desenvolvedores se utilizarem de uma oferta inicial por meio da blockchain.
Entre 2014 e 2021, o número de ICOs realizados ultrapassou a marca de 15 mil. Entre os destaques, constam o ICO da moeda NXT (2013) – considerado um dos mais rentáveis do mercado – e o ICO de Ethereum (2014), que revolucionou o sistema de criptos e abriu portas para o lançamento de milhares de outros tokens.
Um dos primeiros ensinamentos vindos do universo cripto trata da emissão das moedas digitais. Como explicamos, criptomoedas são ativos que existem apenas digitalmente, e não são emitidas por bancos centrais ou órgãos centralizados. Dessa forma, o processo computadorizado de emissão dos tokens é feito por meio de mineração.
A mineração de criptomoeda nada mais é que a emissão – por meio da rede blockchain – de tokens digitais. Para garantir segurança às transações, o sistema de determinada cripto cria uma espécie de quebra-cabeça, que por sua vez deve ser solucionado para completar a transmissão.
Esses quebra-cabeças consistem em cálculos complexos que exigem a utilização de softwares avançados de criptografia. Por isso, a mineração é considerada uma das formas mais seguras de transacionar dinheiro digital – além de não ser controlada por órgãos governamentais.
Se você tem dúvidas sobre como comprar criptomoedas, é importante ficar atento às diferentes formas de negociação. É preciso lembrar que esses ativos não são regularizados por um órgão ou Banco Central. Logo, se houver algum ataque ou perda dos tokens, não há uma proteção como o FGC – garantia utilizada pelas instituições financeiras – para reparar as perdas e os danos.
Dito isso, há duas formas de você comprar e vender tokens digitais: por meio das exchanges (corretoras) ou de forma direta entre usuários, o chamado peer-to-peer (ou p2p). Conheça um pouco mais sobre cada modalidade:
As exchanges de criptomoedas são os meios mais conhecidos para o investidor comprar e vender ativos digitais. Assim como funciona com a Bolsa de Valores, as corretoras de criptos permitem a negociação de ativos por meio de um provedor prático e funcional. Você precisará apenas de um cadastro na plataforma e saldo disponível para realizar transações.
Os valores para investimento variam conforme a quantidade e a disponibilidade, sendo acessíveis para diferentes orçamentos – há opções de investimento a partir de R$ 20. Assim como em corretoras do mercado convencional, essas também descontam taxas para saques e transferências.
Um dos maiores riscos de se manter os investimentos em criptos nas carteiras das corretoras está na falta de regularização desses ativos. Como não há um órgão centralizador, caso a corretora sofra algum tipo de ataque, você corre o risco de perder todo o dinheiro investido – já que ele está de posse da corretora.
A alternativa para lidar com as criptomoedas sem o intermédio de corretoras é negociá-las de forma direta com outros usuários. O método peer-to-peer é feito pela rede blockchain e conecta vendedores e compradores dispostos a realizar trocas de ativos. Porém, é preciso ter um bom conhecimento técnico para acessar esses canais de maneira segura.
A principal vantagem desse tipo de negociação é que você pode comprar e/ou vender criptos para qualquer usuário do globo sem que haja grandes cobranças de taxas adicionais. As transações são confirmadas quase que instantaneamente e sem influência do câmbio local.
Já entre os riscos mais conhecidos, há o fato de que nem sempre é possível conhecer o usuário com quem se negocia. As transações independentes podem acarretar golpes e outras fraudes se feitas sem a segurança necessária.
Outra dúvida bastante comum para quem pesquisa sobre criptomoedas diz respeito ao armazenamento, já que a moeda existe apenas no universo digital. As wallets (carteiras de criptomoedas) são a principal ferramenta de armazenamento das chaves públicas e privadas que dão acesso aos seus ativos digitais.
Enquanto a chave pública funciona como uma espécie de endereço da sua conta de criptoativos, a chave privada é como uma senha – e deve ser armazenada com segurança.
Existem duas opções: as cold wallets (carteiras frias) e as hot wallets (carteiras quentes). A principal diferença entre elas é que as hot wallets ficam conectadas à internet, sendo mais práticas para o uso no dia a dia, enquanto as cold wallets funcionam offline ou mesmo em dispositivos físicos.
Para que você entenda de forma simplificada, imagine que as carteiras quentes são como as contas correntes em bancos, ao passo que as carteiras frias se assemelham às poupanças. Ambas são importantes para dar mais segurança na hora de armazenar criptomoedas para além das corretoras.
Ao compreender o funcionamento das criptomoedas e suas principais características, fica mais fácil visualizar os prós e contras desse tipo de aporte. Vamos começar apontando os benefícios mais conhecidos:
Como dito ao longo do texto, as transações de criptomoedas são realizadas por meio da rede blockchain, um sistema complexo e protegido por códigos que se autodestroem a cada nova transação. Dessa forma, as negociações são amparadas por criptografia, além de uma série de etapas primordiais de segurança.
Em um mundo globalizado e altamente conectado, instituições tradicionais como bancos, agências reguladoras e mesmo governos vêm sendo questionados diariamente. Com o avanço das demandas da Web 3.0, o mercado cripto chama atenção por oferecer uma nova forma de vivenciarmos os sistemas financeiros, agora de maneira descentralizada.
As transações descentralizadas oferecem aos usuários a possibilidade de negociar moedas sem o intermédio de terceiros – a não ser que a compra e venda seja feita por meio de corretoras. Consequentemente, as taxas se tornam mais baratas quando comparadas às de investimentos em instituições tradicionais do mercado financeiro.
Já imaginou poder realizar uma transferência monetária para o outro lado do mundo em poucos minutos ou até segundos? Quando você é o próprio gerenciador dos seus ativos, as transações são feitas de forma direta, independentemente do dia ou horário da operação. Isso, claro, pelo método p2p.
É claro que nem tudo são flores no universo das criptomoedas. Da mesma forma que a descentralização dos ativos pode ser uma vantagem, as criptomoedas ainda possuem diversos pontos de melhora e evolução. Alguns deles são:
O Bitcoin surgiu como uma alternativa ao uso das moedas tradicionais, mas a sua aceitação como sistema monetário – assim como a de outras criptos – ainda é baixa. Em grande parte, porque as criptos são voláteis e pouco práticas para o uso no dia a dia. Atualmente, o uso mais abrangente das criptos se dá como reserva de valor e investimento de renda variável.
Da mesma forma que os sistemas financeiros descentralizados chamam atenção por serem uma inovação tecnológica, eles também geram dúvidas e incertezas para quem investe. O debate em torno da regulamentação das criptos ainda é novo, e alguns países – como a China – até adotam medidas restritivas para o uso das moedas digitais.
Ao contrário da Bolsa de Valores, que acompanha um fluxo de décadas de muito estudo, o universo cripto ainda não pode ser avaliado de forma tão clara por analistas. Apesar de o Bitcoin se mostrar cada dia mais estável em suas oscilações, não podemos prever se a cripto deve crescer de forma acelerada ou perder força com o passar dos anos. O mercado ainda se baseia em meras especulações.
O que para muitos pode ser uma vantagem, para outros pode ser uma desvantagem – especialmente para investidores iniciantes. O mercado cripto é considerado de alto risco por ser imprevisível e volátil. Portanto, ao operar nesse modelo de investimento, você deve estudar os riscos, além de nunca aportar tudo em uma só frente.
Existem duas formas de se investir em criptomoedas diretamente: comprando de quem quer vendê-las (peer-to-peer ou P2P) ou comprando através de um intermediário, as exchanges de criptomoedas, que funcionam como corretoras especializadas.
As corretoras de criptomoedas funcionam de forma semelhante às corretoras no mercado de ações. Ou seja, elas permitem a compra de venda de criptomoedas em por meio de plataformas intuitivas e fáceis de serem utilizadas. Por isso, investir via exchanges acaba sendo a melhor opção para iniciantes e para quem busca praticidade.
Os ETFs de criptomoedas e os fundos de investimentos em cripto são dois exemplos em destaque. Nesses tipos de aplicação, a principal estratégia consiste em diversificar a carteira de investimentos com um conjunto de criptos de índices diversos.
Para se expor no mercado de cripto de forma indireta, você pode abrir uma conta em uma corretora especializada. Após fazer o cadastro, basta depositar uma quantia mínima e comprar o seu fundo ou ETF da mesma forma que uma ação disponibilizada em Bolsa.
Lembra das stablecoins que apresentamos no início do texto? Elas também são alternativas interessantes para quem deseja explorar as criptos de forma mais previsível, já que são atreladas a moedas como dólar, euro e libra esterlina. Portanto, oscilam de forma mais previsível e acompanham o sistema monetário tradicional.
Atualmente, também há fundos que replicam além das criptomoedas em si. É o caso dos ETFs de finanças DeFi, os de cryptogames e os que representam tokens não fungíveis (NFT), novidades do universo cripto que prometem ganhar protagonismo no mercado nos próximos anos.