Titãs da tecnologia querem ter poder político – UOL

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Ganhador do Pulitzer, escreve sobre tecnologia e seus efeitos há mais de 20 anos
Esqueça o drama interminável, os bots, as reviravoltas abruptas, o espetáculo, o suposto risco para a república e para tudo aquilo que mais prezamos. O fato mais importante sobre a aquisição do Twitter por Elon Musk é que agora os magnatas estão à solta.
Antigamente, quando um magnata da tecnologia queria comprar alguma coisa, ele precisava de uma empresa para fazê-lo. Steve Case usou a AOL para comprar a Time Warner. Jeff Bezos comprou a Whole Foods para a Amazon. Mark Zuckerberg usou o Facebook para comprar o Instagram, o WhatsApp e a Oculus, e assim por diante. Eram transações corporativas realizadas por motivos de lucro, ainda que talvez não tivessem acontecido sem um proprietário famoso e enérgico.
A aquisição do Twitter por Musk, em uma transação de US$ 44 bilhões que enfim se concretizou na quinta-feira (27), seis meses depois de ele ter fechado o acordo para isso, representa algo diferente. Trata-se de um indivíduo que comprou para ele algo que 240 milhões de pessoas usam regularmente em todo o planeta. Embora tenha outros investidores como parceiros, Musk terá controle absoluto sobre o destino da plataforma de mídia social.
É uma transação difícil de avaliar, mesmo em um setor construído sobre transações desse tipo, porque é uma operação altamente incomum, que surgiu de forma impulsiva, por capricho.
Mas, mesmo sob os padrões do Vale do Silício, onde ofertas de bilhões de dólares são apresentadas casualmente por empresas que mal existem –e até mesmo para a carteira de Musk, que na maioria dos dias pode ser descrito como o homem mais rico do planeta– , US$ 44 bilhões não é exatamente um trocado.
Comprar o Twitter também é uma ação absurdamente ousada –movida pela convicção de que uma plataforma de comunicação que fracassou em todos os seus esforços para propiciar lucros sérios e que está envolvida em controvérsias sobre os limites da liberdade de expressão quase desde o dia em que surgiu, em 2006, pode ser consertada facilmente por uma determinada pessoa.
Hoje em dia, porém, autoconfiança nunca parece estar em falta, se você tem bilhões de dólares.
A fortuna de Musk vem da montadora de carros elétricos Tesla, que ele transformou no principal veículo para mudar a maneira de dirigir dos americanos, uma tarefa que só pode ser descrita como enormemente difícil.
Musk e Bezos estão brigando, separadamente, para recriar o programa espacial, que na década de 1960 era considerado importante demais, e caro demais, para ser administrado por qualquer outra instituição que não o governo federal.
Zuckerberg mudou o nome do Facebook para Meta e reorientou a empresa para a criação de um mundo virtual no qual as pessoas “viverão”, daqui por diante.
Peter Thiel, um dos fundadores do serviço de pagamentos online PayPal e um dos primeiros investidores no Facebook, se tornou o maior doador de verbas de campanha para as eleições legislativas americanas deste ano, injetando dezenas de milhões de dólares nas campanhas de candidatos de direita ao Congresso. Dois de seus ex-empregados são os candidatos republicanos ao Senado no Ohio e Arizona.
Richard Walker, professor emérito de geografia econômica na Universidade da Califórnia em Berkeley e historiador do Vale do Silício, vê uma mudança no foco central do poder.
“Nesta nova Era Dourada, estamos sendo golpeados por bilionários, e não pelas corporações que eram a cara do século 20”, ele disse. “E os titãs da tecnologia lideram o movimento.”
Musk, que desmontou o departamento de relações públicas da Tesla, não respondeu a uma mensagem em que solicitávamos comentários.
As pessoas ricas sempre quiseram ser proprietárias de veículos de mídia, uma tradição que os titãs da tecnologia mantiveram. Bezos comprou o The Washington Post por US$ 250 milhões. Marc Benioff, da Salesforce, é proprietário da revista Time. Pierre Omidyar, do eBay, desenvolveu um império da mídia criado do zero.

Fusões e aquisições são uma característica do Vale do Silício desde que existe um Vale do Silício. Elas muitas vezes fracassam, especialmente quando a aquisição envolve tecnologia que rapidamente se torna obsoleta ou na verdade nunca funcionou. Pelo menos uma empresa venerável, a Hewlett-Packard, seguiu essa estratégia e praticamente desapareceu.
A Dealogic, uma empresa de dados, compilou para o The New York Times uma lista das 10 maiores transações de tecnologia desde 1995, pelo critério de valor. De acordo com ela, a compra do Twitter por Musk ocupa o 10º posto na lista. A aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft, no valor de mais de US$ 70 bilhões, que está pendente, atraiu apenas uma fração da atenção conquistada pelo negócio de Musk, apesar de ocupar o segundo lugar no ranking.
A Activision Blizzard é só uma empresa de videogames. Musk vem sustentando desde o início que a compra do Twitter não é um troféu, uma brincadeira ou um esquema para aumentar seu patrimônio líquido. Em lugar disso, ele a vem descrevendo nos termos mais grandiosos que pode.
“Ter uma plataforma pública de máxima confiança e amplamente inclusiva é extremamente importante para o futuro da civilização”, disse o empreendedor em abril, após fechar o negócio. “Eu não me importo em nada com o lado econômico.”
Mas ele pareceu se importar um pouco mais quando a queda subsequente nos mercados de ações fez com que sua oferta se tornasse excessivamente generosa. Os analistas estimavam que o Twitter valia não US$ 44 bilhões, mas US$ 30 bilhões, ou talvez até menos. Durante alguns meses, Musk tentou abandonar o negócio.
Walker, autor de “Pictures of a Gone City: Tech and the Dark Side of Prosperity in the San Francisco Bay Area”, teme pelo futuro.
“Não há contrapeso para os novos magnatas dos negócios”, ele disse. “Sindicatos, organizações fraternais e a mídia local perderam muita força. O público geral se viu isolado dessas influências positivas, e inundado de desinformação.”
Se a compra do Twitter por Musk significa o início de alguma coisa, também representa um fim, por outro lado. As outras plataformas de mídia social estão sob controle de seus fundadores, por conta da estrutura acionária criada para suas empresas. Ninguém poderia comprar o Facebook e tirar Zuckerberg do controle sem a anuência dele, e o mesmo vale para a Snap e seu principal fundador, Evan Spiegel.
“O que era único no Twitter era que ninguém realmente o controlava”, disse Richard Greenfield, um analista de mídia na LightShed Partners. “E agora uma pessoa será dona dele na íntegra.”
No entanto, Greenfield tem esperanças de que Musk melhore o site, de alguma forma. O que teria suas próprias consequências.
“Se a transação for um imenso sucesso”, ele disse, “outros bilionários vão tentar fazer a mesma coisa.”
Tradução de Paulo Migliacci
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